sexta-feira, 8 de abril de 2011

Quando Carlota caiu na fossa foi parar do outro lado do mundo


João. Figura de lugar nenhum, de estória nenhuma. Que vem apenas para começar essa estória, já que a autora não tem nenhuma idéia melhor.
Carlota não era homem e nem mulher, pois essas distinções de sexo não têm nada a ver com que se pretende contar agora, basta saber que ele(a) queria inventar uma estória.
Tinha-se: tempo, lápis, papel, uma máquina de escrever e quatro personagens. Faltava-lhe um protagonista.
João o ser sem importância, sem estória, vindo de lugar nenhum e que não teria nenhuma outra utilidade nesse texto além de iniciá-lo, é convidado a se tornar protagonista. Aceita.
Carlota tenta contar sua estória, pois agora que tudo está completo, tem-se: tempo, lápis, papel, uma máquina de escrever e cinco personagens sendo um o protagonista.
A estória é como um parto, difícil. Com o tempo os personagens passam a não mais seguir a estória que Carlota quer contar e vão criando suas próprias estórias.
Carlota vai cada vez mais entrando dentro de si mesmo. Sua estória não lhe pertence mais. Tenta matar seus personagens, mas ao final, são eles que o matam. 


Texto de Ana Reis!

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